segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A criança é um sorriso de Deus para a humanidade

Hoje tive oportunidade de vivenciar momentos cercada de crianças. Quem me acompanha de perto sabe o quanto isso é dolorido, desde que meu filho se mudou. Mas, a vida acontece assim...ela segue seu rumo a despeito das nossas lágrimas, e de repente, nos vemos sorrindo com um gosto salgado ainda nos lábios.

Sábado, 8h da manhã - Como fui convidada a ser madrinha de Batismo, bem cedinho estava na Igreja com minha afilhada e sua família. Quem me conhece de perto, sabe o quanto isso me faz feliz, porque sabe o quanto sou "carola", "beata" e rezadeira...rsrsrs...minha mãe me chama de Zefa de Domingos. Era o nome da senhora que na sua cidade, no interior, praticamente um vilarejo, zelava pela Igreja. Eu me sinto honrada com essa alcunha, minha mãe nem desconfia disso.(rs)

Sou uma "carola" - uso esse termo, até perjorativo, pois é como as pessoas vêem aqueles que se dedicam a oração e a espiritualidade cristã católica - E isso está tão demodé, moderno é ser espiritualista...velas, incensos, chackras, equilíbrio...e como diria o mestre do Kung Fu Panda:paz interior...zzzzzzzzz...Nada contra. Tenho velas, incensos, elefantes em casa...Todavia, tenho discernimento e fiz escolhas - rezo o terço, medito à luz da Sagrada Escritura, adoro a Eucaristia. Careta, e daí? Sinto necessidade de pisar firme, e essa é a minha rocha, minha Pedra Angular.

O ritual do Batismo foi belíssimo...A mãe da minha afilhada, atualmente, minha comadre cria sozinha suas duas filhas, com honradez e muito trabalho. O padre, quando teve oportunidade, e foi no altar, ao término da cerimônia, perguntou: Onde está o pai? A mãe respondeu baixinho: - Não mora conosco, não quis as filhas. O padre replicou:Oh, raça...Deus te abençoe, minha filha! É bom registrar esse momento de doçura, porque tanto se alardeia sobre aqueles que, mesmo na Igreja, esquecem o sentido da misericórdia do Amor de Deus que ama a todos sem acepção de pessoas. E levam o tempo a repreender. Minha afilhada, aos 4 anos, estava encantada era com o vestido novo, com a vela acesa trazida pelo padrinho...mas, um dia verá fotos de um momento em que pessoas indicaram-lhe um Caminho, dentre muitos que existem disponíveis.

9h30 - Quase que em seguida a cerimônia precisei sair com o meu cumpadre, para buscarmos sua ex-namorada que dera à luz a uma menina, e estava de alta. Imaginei o constrangimento dele e disse-lhe: Deus é Pai. E nós, somos como crianças que quando quebramos nosso brinquedo favorito, pedimos choramingando: - Pai arruma aqui pra mim...quebrei, mas foi sem querer...
Ficamos perto, aguardamos ansiosos, as mãos que se mexem para consertar. O pai amoroso logo arruma um jeito de fazer funcionar. E diz: - Não está como antes, mas ainda dá pra você brincar. E a gente corre feliz gritando: - obrigado Pai! Assim é Deus. Ele arruma nossa vida, mesmo em meio as nossas mancadas.

10h20 - Ao chegarmos à maternidade, uma senhora caminhava com um pequeno esquife nas mãos, ao lado de um casal que silencioso, entrou num táxi. Não havia choro, nem desespero, mas não era preciso falar nada para perceber a dor daquele momento. Como age um casal que chega em casa e encontra o quarto do bebê à espera de quem não veio ou não pôde ficar?

11h - Horário da visita. Tive o prazer de conhecer a pequena recém-nascida, e de num cortejo semelhante aos Reis Magos, deixá-la em sua casa. Todos muito jovens, os pais e as mães com pouco mais de 20 anos. Tudo muito simples, muito humilde, mas com muito amor.

A ex-namorada que deu à luz, a mãe solteira que batiza a filha; o pai que busca na maternidade, mas não é mais companheiro; o que foi companheiro e agora não é mais pai...

Tantos desencontros, tanta vida...E muita esperança, porque a criança é um sorriso de Deus para conosco!