domingo, 17 de maio de 2009

Uma noite além do portal...



Quero estar contigo/

como estás comigo/

nas primeiras horas da madrugada.

Vem, dá-me tua mão...

Aos pés das tuas muralhas/deposito meus véus,

Meus lábios se perdem por teus signos,

tão sou e tua nada sou.

A cortesã leva aos lábios o cálice das tuas dores.

Delicioso Baco, percorres meus átrios,

desordenando meus passos,

com teus olhos de castanho esverdeado

sonda os milenares segredos da minha alma ébana.

Num arroubo: um beijo,

desejos subterrâneos se tornam sussurros

Por aquela que ama-te no intervalo de um abraço.

Deixas a cidadela,

envolto no manto da manhã,

e sela com teu beijo,

o fim do anoitecer, além do portal.