quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Amado amor-tecelão



Homem que tece
Homem menino,
Menino crescido
Menino tecido.

Por entre as palhas da carnaúba
Por entre as tessituras
Que me teces e retorces em gozo

Volátil como um bom vinho
Que na escuridão de uma adega
Não alegra nem serve a ninguém.

Os elementos voláteis
Inflam teus sonhos
Tiram teus pés do chão
Tocas o céu
E sentes, em tua humanidade, o frio na barriga.

Homem oceânico,
Imenso e profundo.
Repleto de escuridões
Pontilhado de luzes
estrelas brilhantes
ao horizonte.

És assim
Nesta viagem não posso te acompanhar
Espero tua volta
Para tanto comprei um tear
No qual tecerei meus sonhos
Todos os dias

Ao longo dos tempos
Mesmo quando não estiveres mais aqui
Mesmo quando souber que não irás voltar
Tecerei
Pois tocastes tessituras com suas lágrimas

Filigranas tão bem escondidas
Pequenos tesouros
Voltei a tecer minha história
Sob a benção desse amor pagão,
Amado amor-tecelão