terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!
Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre
Clarice Lispector
domingo, 25 de outubro de 2009
Daqui desse momento/Do meu olhar pra fora/O mundo é só miragem/A sombra do futuro/A sobra do passado/ Assombram a paisagem.
Quem vai virar o jogo/ E transformar a perda/ Em nossa recompensa/Quando eu olhar pro lado/Eu quero estar cercado/Só de quem me interessa.
Às vezes é um instante/ A tarde faz silêncio/ O vento sopra a meu favor/ Às vezes eu pressinto e é como uma saudade/ De um tempo que ainda não passou/ Me traz o seu sossego /Atrasa o meu relógio/ Acalma a minha pressa/Me dá sua palavra/Sussurra em meu ouvido/
Só o que me interessa...
A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa...(LENINE,23/10/09)
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Olha
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Olha
Será que ela é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Aí, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz
Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se o arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida...
domingo, 9 de agosto de 2009
Uma questão de estilo...rs...yes!
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Saudades da Infância
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Quase póstuma
O coração bate cada vez com mais vagar e há uma vida a recordar. Não estás aqui, há anos não estás. Eu sei, afinal nunca dissestes que estaria. Mas isso não importa mais, não agora.
Aonde estive senti tua falta e tua presença, nas vidas que vivi, não lembro ao certo do dia em que traçamos caminhos diferentes e disso faço questão de esquecer. Resta pouco enfim e quero só os momentos felizes. Momentos depois do amor em teus braços, teus olhos...de um castanho tão comum e para mim, tão fascinante. Aprendi a ver as cores da vida através deles. Os traços de teu rosto...posso até senti-los outra vez. Meus filhos nunca compreenderam porque eu ficava a contemplar céu e mar até estes gerarem a primeira estrela. A estrela azulada, a amada vésper. Estavas certo, és fruto dos céus e dos mares. E eu com olhar de quem se perdeu, revivia. Momentos a sós, eu e você...em mim.
Olho ao redor, procuro teu sorriso, teus traços nos rostos dos meus...em vão. Alguém segura-me as mãos, chora. Por que? Está na hora, quase tudo fiz. Até amei um ser poeta com alma de pássaro. As pálpebras pesam terrivelmente, só alguns pedaços de vida desfilam rapidamente: amigos, viagens, fotografias, peças teatrais, filmes que não dividi com aquele que melhor do que eu, percebia a técnica, aquele que tudo indagava. Aquele a quem sempre fui translúcida. Minha coletânea de poesias que publiquei, pedaços meus, consequentemente seus. Certa vez, sem pretensão, entrei numa livraria e te encontrei versificado. Com teu livro nas mãos, mais uma vez, teus versos me fizeram chorar. E se possível, mais um pouco te amei.
És imagem vívida na memória e gravada – nem agora direi para sempre, não acreditarias!- a ferro nesta alma que se despede. Baixam as cortinas, meu corpo treme, tenho que ir, escuto os últimos aplausos...nos lábios delineia-se o último sorriso de quem agoniza reencontrando na imortalidade um pouco deste amor, penso, imortal. (14.06.98)
p.s.: Há vários roteiros para o espetáculo, como atriz não o determino, na maior parte do tempo sigo o texto. Nas entrelinhas contudo, crio o meu. Aonde chegarei? Não saberei até chegar.
domingo, 17 de maio de 2009
Uma noite além do portal...
Quero estar contigo/
como estás comigo/
nas primeiras horas da madrugada.
Vem, dá-me tua mão...
Aos pés das tuas muralhas/deposito meus véus,
Meus lábios se perdem por teus signos,
tão sou e tua nada sou.
A cortesã leva aos lábios o cálice das tuas dores.
Delicioso Baco, percorres meus átrios,
desordenando meus passos,
com teus olhos de castanho esverdeado
sonda os milenares segredos da minha alma ébana.
Num arroubo: um beijo,
desejos subterrâneos se tornam sussurros
Por aquela que ama-te no intervalo de um abraço.
Deixas a cidadela,
envolto no manto da manhã,
e sela com teu beijo,
o fim do anoitecer, além do portal.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Trocando passos com a solidão...
sexta-feira, 27 de março de 2009
Perder a bússola...
Cais
revendo amores...
encontrei um homem que já foi amado
nos braços de uma bárbara.
Com Luzia no peito luzia sua cara de sempre,
seu olhar de cão sem dono...
o mesmo olhar, as mesmas palavras,
a mesma fé que Deus estaria a frente.
Nesta noite andei me revisitando...
Acho que tive saudades de me perder de mim...
Revendo dores...encontrei uma mulher a luz da Lua,
mulher que sempre mandou e interferiu nos dias da minha gestação,
nas noites de solidão, nos medos do meu coração.
Lágrimas no chuveiro...
Nesta noite andei me revisitando
e me deparei num cais
para encontrar as melodias de um certo Braz...
vi Anabela sorrindo, pra não voltar nunca mais...
Vi o mar, pedras no mar...
mar de Touros...
Pedra-mar...
Estou voltando a postar,depois de dois anos, não sei bem com quê propósito, mas estou. Nem sei porque criei o blog ou porque deixei de escrever neste espaço. Mas bem, encontrei um texto da minha autoria para oferecer aos olhos que degustam versos. Bom final de semana!